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“Exatamente, meu filho. Não houve fraude. O que a tripulação viu, e afirmo, a tripulação toda viu! ”

 – ex-Presidente Juscelino Kubitschek

Já havia estado nas Minas Gerais em 2006 onde visitei Belo Horizonte, Ouro Preto e Lavras Novas. Dessa vez estava indo para Diamantina. Essa histórica cidade tinha mais do que sua beleza centenária para me apresentar. Tinha uma das maiores autoridades do Brasil, um ex-presidente. Um ex-presidente que foi testemunha, mesmo que indiretamente, de um dos casos mais famosos da ufologia brasileira, o caso da Ilha de Trindade.

Fui para Diamantina conversar com ninguém menos do que o ex-presidente Juscelino Kubitscheck, considerado por muitos o melhor e mais popular governante que o pais já teve.

Cheguei num dia de muito sol. O calor era enorme. Mas a vontade de ir logo ao encontro de JK era infinitamente maior do que qualquer coisa. Deixei a minha mochila na Pousada do Imperador, onde ficaria por dois dias, tomei um banho e desci. Na portaria do hotel já haviam um taxi me esperando.

Andamos por alguns quilômetros, passando por cenários com mais de 200 anos. Por um momento me vi no Brasil imperial, ainda colônia portuguesa. “Imagine como as pessoas daquela época descreveriam o avistamento de um UFO?”

Chegamos a uma fazenda do século XVII. Seu casarão colonial chamava a atenção. Era uma construção linda, com portas grandes e janelas quadradas. Estava impecável.

“O senhor vai falar com o nosso presidente? ”, me perguntou o taxista.

“É meu amigo, vou sim. Se tiver sorte. Que fazer algumas umas perguntinhas para ele”, respondi.

Então o senhor pode escrever tudo o que ele disser, pois o ‘seu’ JK não mente. Ele sempre diz a verdade”.

“Ah se todos os políticos fossem assim”, pensei.

Logo que passei pelo portão de madeira da propriedade a porta da casa se abre e de lá sai um senhor. Era JK. Ele vestia uma calca bege e camisa branca. Aquele sorriso já valeu a visita. Paguei o taxista que se despediu do presidente com um “até logo, meu presidente”.

Subi os três degraus que davam numa varanda. Ao apertarmos a mão ele me sorriu e disse, “que bom que você veio. Queria muito falar com alguém sobre isso”.

Trocamos algumas palavras e sentamos nas cadeiras de vime branco que haviam na varanda. Já havia uma jarra de suco de limão na mesinha de centro. Naquele calor eu acho que beberia até uma lata de cerveja inteira.

“Presidente, fiquei muito surpreso ao receber o seu e-mail me chamando para vir falar com o senhor”, disse.

“Senhor está no céu, Thiago. Não fui eu quem mandou o e-mail. Eu nem sei como mexer nesse negócio. Quem mandou foi o Carlos, meu assistente”, brincou.

Se havia algum gelo, ele quebrou-se naquele momento. Começamos a falar sobre futebol, do seu time, o América mineiro até que ele fechou seu semblante e falou:

“Thiago, vamos falar sobre o que te fez vir aqui. Vamos falar sobre o caso Trindade“.

“Claro presidente, é o meu maior interesse”.

“Como você sabe, o caso Trindade até hoje levanta muitas dúvidas. Algumas pessoas creem que ele seja uma farsa, mas eu te garanto, ele é verdadeiro, do início ao fim.”

“Presidente, como o senhor pode garantir isso?”

“Eu vi as imagens. Eu vi as fotos. Eu mandei que fosse aberta uma investigação para descobrir a origem daquela aeronave”.

“Por quê?”

“Oras, se tem um objeto voador não identificado sobre o território brasileiro temos que saber de onde é! Era uma violação do nosso espaço aéreo”. Neste momento ele pega um papel e escreve, “FBI e CIA”.

“A nossa investigação não estava preparada para esse tipo de coisa, por isso tive que pedir ajuda externa. Eu fiz isso até com um pé atrás, pois acreditava que o objeto fosse norte-americano, e sendo deles obviamente não me diriam, mas me encontrei com Edgard Hoover, diretor do FBI na época. Ele me disse assim: Sr. Kubitscheck, esse aparelho não é terrestre. Nós o estamos monitorando há três dias”.

Essa última frase quase me fez cair na cadeira. O governo norte-americano estava monitorando, em 1958, UFOs em todo o mundo?

“Presidente, eu vou querer falar mais sobre o que disse o Hoover. Mas antes quero saber, como as fotos foram parar com o senhor, uma vez que elas não foram tomadas do Baraúna ainda a bordo. Isso é o ponto chave dos céticos para afirmar que as imagens foram forjadas.”

“Realmente, as fotos não foram tomadas a bordo…não as três fotos, mas ele tirou seis! As outras três foram deixadas com o capitão Viegas. Foram essas que chegaram até mim. E te afirmo, as imagens eram muito mais nítidas”.

“Como assim? Seis fotos? Por que ele só ficou com três?”, perguntei.

“Thiago, não sei. Ele revelou as seis fotos, mas só levou três delas. As outras três foram enviadas para o comando da Marinha na época. Quando a notícia saiu nos jornais e já tinha as imagens. Eu fiquei sabendo de tudo no mesmo dia em que o objeto foi visto. Eu ordenei que as fotografias me fossem enviadas e que fosse aberta uma investigação”.

“Mas então, se o Baraúna ficou com três fotos e o senhor outras três, então não havia como ele fazer uma montagem dentro do navio? Só assim isso poderia ter sido feito.”

“Exatamente, meu filho. Não houve fraude. O que a tripulação viu, e afirmo, a tripulação toda viu, foi um disco voador”.

“O que sabemos e que somente algumas pessoas viram o objeto e gritaram, mas os outros membros da tripulação ficaram olhando para o céu e nada viram”.

“Viram sim. Eles viram e seus testemunhos foram coletados pelo serviço secreto da marinha brasileira e pelo FBI”

“FBI?”, perguntei espantando.

“Sim, assim que eu pedi a ajuda para eles, parecia que eles já sabiam o que estava acontecendo. e estavam, ja que estavam monitorando aquele objeto há três semanas. O FBI enviou quatro agentes para investigarem o caso. Para minha surpresa o Hoover também veio. Foi uma visita surpresa e sigilosa. Eles interrogaram todos os tripulantes do navio, os militares e os civis. Eles utilizaram inclusive o método de regressão hipnótica em algumas pessoas para buscar informações mais detalhadas. Todo o processo foi acompanhado pelos nossos militares”.

Quanto mais ele falava, mais impressionado eu ficava. “Mas presidente, e as fotos? Eles, os agentes do FBI, viram?”

“Claro que sim. Inclusive eles levaram para os EUA para análise. A nossa Marinha pediu para o Baraúna as suas três fotos. As dele nos devolvemos, as que nós tínhamos, o FBI jamais devolveu. Eles nos enviaram toda a analise documentada. Eles concluíram que o objeto fotografado era uma aeronave extraterrestre.”

“Mas onde estão esses documentos? Temos aí a campanha para a liberdade de informações já que requer, dentro da lei, que todos os documentos relativos aos UFOs sejam liberados para o público”.

“Thiago, como você vai localizar um documento que oficialmente não existe? Você acha que essa campanha, esplendida, diga-se de passagem, e um marco importante para que a verdade seja revelada com o tempo, tem o poder suficiente, mesmo ao lado da lei, para trazer ao público o que realmente e secreto para o governo? O que o governo considerar ameaça à soberania nacional será mantido em sigilo por quanto tempo for necessário”.

Ele tinha razão. Era duro ouvir isso, mas eu já imaginava que o negócio era assim mesmo.

“Mas presidente, por que então Baraúna divulgou as fotos? Não seria lógico a FBI ter ficado com todas?”

“Thiago, essa pergunta eu não sei responder. Eu sei que alguns agentes do FBI visitaram Baraúna, pois nossos agentes da Marinha estavam presentes. Eu sei que o Almiro Baraúna já forjou algumas fotos para reportagens no passado, mas essas fotos, as fotos do UFO na Ilha de Trindade são genuínas”.

A nossa conversa já durava mais de quatro horas e o presidente estava se mostrava bem cansado.

“Olha, como eu te disse, o governo norte-americano estava seguindo aquele UFO por três semanas. Depois nos descobrimos que outras duas tripulações, de outros dois navios brasileiros avistaram um objeto idêntico ao fotografado e que uma semana depois do caso do Baraúna mais duas tripulações viram um UFO. Um dos navios era canadense. Era um navio de pesquisa submarina. Fui informado na época que eles fizeram uma filmagem extraordinária do objeto emergindo do oceano e depois mergulhando de novo. Não vi as imagens, mas tive contato com pessoas do alto escalão do governo dos EUA que viram.”

Quando estava querendo falar mais sobre o assunto, JK falou que estava muito cansado e que queria dormir. Me despedi dele, agradeci a acolhida e o suco.

“Thiago, a ufologia não existira no futuro, pois quando finalmente reconhecermos que estávamos sendo visitados por seres alienígenas, e se tivermos ou não contato com eles, surgirão novas ciências para o estudo dos extraterrestres”.

Com um aperto de mão nos despedimos.

Esse texto é uma ficção, baseada em fatos reais. Qualquer coincidência com fatos verdadeiros poderá não ser mera coincidência.