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Dois estranhos objetos avançavam sobre seus exércitos, causando pânico nos soldados, elefantes e cavalos que se recusavam a cruzar o Rio Jaxartes”. Este trecho foi escrito em 329 a. C., durante uma das campanhas militares de Alexandre “O Grande”, segundo o estudioso Raymond Drake, autor de Deuses e Astronautas na Grécia e Roma Antigas (Editora Record). “Os objetos descritos eram grandes e prateados, como escudos brilhantes que cuspiam fogo de suas extremidades”.

Durante quase todos os conflitos militares do planeta, desde os tempos mais remotos até os mais recentes, estranhos objetos têm sido observados no cenário dos entraves. Agora, a notícia de que um UFO teria sido visto sobre o Iraque durante a ofensiva anglo-americana despertou mais uma vez a atenção da comunidade ufológica mundial. Afinal, por que os alienígenas observam nossos conflitos e guerras?

Eles estão presentes onde quer que haja ação militar. É assim desde a Antiguidade, em períodos anteriores a Cristo, durante a Idade Média, nas Primeira e Segunda Guerras Mundiais, na Guerra das Malvinas, durante os conflitos Vietnã e na Coreia, e, mais recentemente, nas duas Guerras do Golfo. Lá estavam eles observando o que se passava e, em determinadas ocasiões, até interagindo com as forças combatentes.

Nos episódios mais recentes, a partir da Guerra do Golfo, em 1991, armamentos de alta tecnologia empregados nos campos de batalha têm confundido muitos dos comandos engajados nos conflitos. Mas o mesmo arsenal tecnológico tem sido usado para detectar com mais precisão intrusos não identificados. Sempre que há um entrave militar de grandes proporções, ou que atraia a atenção do resto do mundo, surgem relatos em abundância de avistamentos de enigmáticos objetos nos céus. Claro, muitas vezes são aeronaves militares ou mísseis. Mas em outras ocasiões, não. Nem o lado mais preparado desses conflitos – como as forças anglo-americanas na Guerra do Iraque – tem tido condições de determinar a origem desses fenômenos.

Os indícios do surgimento de objetos voadores não identificados estão presentes até mesmo em guerras bastante antigas. Há milhares de anos, no antigo Egito, aparições de UFOs já eram registradas com regularidade. O escritor inglês Brinsley Le Pour Trench, o conde de Clancarty, cita em suas obras o fragmento de um hieróglifo do tempo do faraó Thutmose III, que governou entre os anos de 1468 e 1436 a. C. Durante uma guerra de conquistas às margens do Rio Eufrates, os escribas relataram o avistamento de um círculo de fogo vindo do norte. Eles o descreveram ao faraó da seguinte maneira: “Hoje, esses círculos de fogo são cada vez mais numerosos no céu. Eles brilham mais do que o Sol. As tropas estão com medo. Tempos depois, os círculos ascenderam ao céu e desapareceram”. Esse trecho tem quase 4,5 mil anos de idade.

Outro exemplo ocorreu no ano 70 d. C., durante a chamada Guerra Judaica. “No dia 21 de maio, um fantasma demoníaco de incrível tamanho surgiu no céu sobre todas as carroças e tropas que se preparavam para a batalha”. Constantino “O Grande” e sua armada, em 312 d. C., também observaram uma cruz luminosa no céu, que ficou em frente ao Sol. Para Constantino, esse foi o derradeiro aviso de sua vitória sobre Maxentius, meses depois. Da mesma forma, durante o reinado de Carlos Magno também foram registrados muitos relatos de encontros com “tiranos do ar e suas naves aéreas”, conforme eram descritos. Estes relatos preocupavam tanto o rei que as pessoas que relatavam tais fenômenos eram sujeitos à tortura e à morte. Ainda assim, as narrativas continuavam surgindo e importunando Carlos Magno.

O monarca também esteve às voltas com UFOs durante outra importante ocasião, quando foram registradas manifestações desses objetos em plena campanha militar que empreendeu contra os saxões pagãos, entre 800 e 814 d. C. O monge Lorenzo, em suas cartas Annales Laurissenses, escreveu que as tropas de Carlos Magno avançavam em direção ao Castelo de Salzburg.

Segundo os escritos medievais, “…a oposição dos saxões foi dura e, quando tudo parecia perdido, Deus enviou dois grandes escudos vermelhos e brilhantes para cima dos saxões”. Não seria a primeira vez que um governante teria a impressão de que fora ajudado por forças divinas, quando, na verdade, o que se via nos campos de batalhas eram UFOs claros e de formatos semelhantes aos que conhecemos hoje. O contrário também era comum, atribuir uma derrota aos mesmos enigmáticos objetos, só que, nesses casos, vinham do inferno.

Se Carlos Magno foi ajudado pelos deuses em seu confronto com os saxões, séculos mais tarde, na sangrenta conquista do México, alguma inteligência alienígena a tudo acompanhava, sobrevoando os combatentes em terras norte-americanas. Segundo Bernal Del Castillo, cronista do conquistador espanhol Hérnan Cortez, que massacrou os astecas, em uma das batalhas os nativos disseram que uma bola de cor verde e vermelha fora vista no céu. “E logo atrás dela outra luz, que acompanhava a primeira, surgiu disparando relâmpagos em direção ao solo e sobre as cidades de Panuco e Tezeuco”. Não se sabe se foi por causa das cores desses objetos – vermelho e verde – que a bandeira mexicana recebeu as mesmas tonalidades.

No Japão, durante a Guerra dos Shoguns, no ano de 1235, o quarto Kamakura Shogun, Fujiwara Yoritsune, e sua tropa estavam acampados quando misteriosas luzes apareceram no céu. Os objetos foram vistos por horas fazendo círculos e loopings que impressionavam os militares. O shogun (Título de senhor de um clã no Japão medieval) pediu uma investigação a fundo sobre o evento, cujos resultados não são conhecidos. Talvez essa tenha sido a primeira investigação oficial sobre os UFOs de que se tem notícia. De fato, era relativamente comum que os governantes envolvidos em conflitos em que objetos não identificados eram vistos, pedir a seus comandantes que averiguassem sua natureza.

A Guerra dos Cem Anos, que na verdade durou 116, foi travada entre a Inglaterra e a França pelo poder do trono francês, entre 1337 e 1453. Em diversas ocasiões durante se transcurso, discos voadores resplandecentes foram observados. As batalhas eram travadas nas planícies da Europa e os objetos mais comumente registrados eram esferas de fogo. O ufólogo inglês Timothy Dodd (já falecido) pesquisou a fundo essa guerra à procura de relatos de UFOs e conseguiu algumas evidências que sugerem fortemente a presença de visitantes. “Tenho certeza absoluta de que estamos sendo visitados há milhares de anos por extraterrestres e eles não deixariam de nos observar em nossa atitude mais selvagem, durante as guerras”, disse Dodd.

Um dos relatos coletados pelo ufólogo inglês remonta ao ano de 1410 e foi feito numa carta de um soldado inglês aos seus pais, moradores de Weybridge County. “Eram quase 05h30 de 15 de abril, quando fomos acordados pelo general McFulky. Quando nos levantamos, vimos, para o nosso assombro, duas dezenas de bolas prateadas cruzarem a planície onde estávamos acampados. Elas ficaram sobre uma lagoa e depois sumiram”. Segundo Dodd, o próprio general McFulky teria escrito uma carta ao rei Henrique V relatando os estranhos fatos: “Nossas tropas não podem enfrentar os demônios franceses. Eles estão utilizando bruxaria contra vossas tropas”. Em maio de 1986, entre o Rio de Janeiro e São Paulo, tivemos uma das maiores ondas ufológicas do país, em que mais de 20 UFOs foram registrados e detectados por radar na área. Seria mais bruxaria francesa?

Ainda na Inglaterra, em Bristol, no ano de 1343, uma guarnição inteira viu um “…navio baixar uma escada reluzente e seus tripulantes descerem por ela”, segundo escritos da época. Mas os estranhos foram atacados pelos soldados ingleses e retornaram para bordo do curioso navio, para depois desaparecer. “Desde aquela época, os reis tinham medo dos círculos voadores, das bolas de fogo e seres alados. Os foo-fighters da Primeira e da Segunda Guerras Mundiais são os descendentes de tais fenômenos”, acrescentou Timothy Dodd. Dodd foi um ex-policial aposentado, é considerado um dos mais meticulosos ufólogos da Inglaterra.

O primeiro grande conflito do século XX foi a Primeira Guerra Mundial, que durou de 1914 a 1918. A tecnologia das nações envolvidas no conflito, naquela época, nem em sonho se igualava ao que vários pilotos e tropas viram durante suas missões. Em 1914, no primeiro ano da guerra, vários avistamentos assombraram os generais de ambos os lados do conflito, que ficaram sem saber o que poderiam ser aquelas “máquinas voadoras” que surgiam sobre os campos de batalha.

Em Midlandet, Noruega, no dia 21 de novembro daquele ano, uma fantástica aeronave foi vista perto do Farol de Skjaervaer. Na cidade de Morgenbladet, no mesmo país, outra aeronave não identificada foi observada na manhã do dia 20 de dezembro e vários soldados aliados testemunharam o ocorrido. O objeto de Midlandet foi notado inicialmente a cerca de 700 m de altitude, mas desceu até 400 m e ficou parado por uma hora sobre a área, para espanto dos militares. Dezenas de soldados da guarda real norueguesa viram o fenômeno e, na época, o general Irwin Solskajer levantou a possibilidade de ser uma aeronave alemã, hipótese logo descartada.

Outro fato inexplicado marcou o ano de 1915. Em Gallipoli, na Turquia, o 1º Regimento de Norfolk simplesmente desapareceu quando tentava tomar uma montanha na Baía de Suvla. Diante dos olhos de 22 testemunhas, mais de 800 homens marcharam em direção a uma estranha formação de nuvens lenticulares, que estava sobre a montanha, e nunca mais foram vistos. Os soldados que ficaram na área disseram ter enxergado um intenso brilho e uma enorme bola de luz voando em direção ao céu. O governo inglês considerou os homens que desapareceram como capturados pelos turcos, mas quando a guerra acabou e a Inglaterra pediu formalmente à Turquia sua libertação, o governo de Ankara surpreendeu-se com o fato e negou ter conhecimento de tal regimento. Aqueles militares nunca mais foram encontrados.

O repertório de casos durante a Primeira Guerra Mundial é imenso. Em 1916, por exemplo, o soldado inglês Maurice Phillip Tuteur relatou com clareza um UFO. “Um objeto em forma de zepelim surgiu por detrás das nuvens, mas não como uma aeronave normal. Ele disparou verticalmente e depois ficou em posição horizontal, acelerando a mais de 320 km/h. Então, virou-se, deu marcha ré e desapareceu nas nuvens”. Dois sargentos também teriam visto o objeto. Casos assim foram se tornando rotina durante o conflito. Ao seu final, os registros de ambos os lados envolvidos no entrave continham centenas de ocorrências ricamente descritas. E não somente soldados rasos ou sargentos eram testemunhas dos fenômenos. Muitos oficiais graduados também os observaram.

Um dos maiores ases da aviação, o barão Manfred von Richthofen, mais conhecido como Barão Vermelho, é um deles. “Ele não derrubou somente 80 aviões inimigos para a Alemanha, durante a Primeira Guerra Mundial. Ele foi também o primeiro a atirar contra uma espaçonave alienígena”. Quem afirma isso é o ex-piloto alemão Peter Waitzrik, que afirma ter ficado abismado ao ver o Barão Vermelho disparar contra um UFO com luzes alaranjadas quando se encontravam numa missão matinal sobre a Bélgica, em 1917.

Segundo Waitzrik, quando atingido, o UFO abriu-se como se fosse uma ostra e caiu numa floresta. “Os Estados Unidos tinham acabado de entrar na guerra e, então, pensamos que poderia ser alguma arma secreta deles”, disse o ex-piloto, hoje com 105 anos de idade. “Já se passaram mais de 80 anos. Ordenaram-me que não contasse nada, mas já estou no fim da vida e quero que meus filhos, netos e bisnetos saibam a verdade”, declarou. Ainda segundo seu relato, o objeto tinha cerca de 40 m de diâmetro, formato de dois pratos sobrepostos e era prateado.

Em 1918, dois soldados britânicos que voltavam de uma campanha militar viram vários objetos voadores alaranjados sobrevoarem a planície de Salisbury. Em pleno furor que varria a Europa durante a guerra, as observações eram tidas como prenúncios de fatos a acontecer. Já próximo do final do conflito, o marechal do ar da Real Força Aérea Britânica (RAF), lorde Dowding, fez uma afirmação surpreendente. “Estou convencido de que estes objetos existem e de que não são fabricados por qualquer nação da Terra. Não vejo, portanto, qualquer alternativa senão a de se aceitar que provenham de fontes extraterrestres. A existência dessas máquinas é evidente, e eu já as aceitei totalmente”. Sua palavra conta muito. Foi lorde Dowding um dos responsáveis pelo sucesso da Inglaterra no entrave. Ele garantiu à imprensa, na época, que mais de 10 mil avistamentos de naves não identificadas haviam sido comunicados às forças aliadas.

Tais fatos se repetiram também durante a Segunda Guerra Mundial e novamente o acúmulo de avistamentos de misteriosos objetos celestes chamou a atenção das autoridades militares. Nos diversos lados do conflito, oficiais da inteligência começaram a estudar os casos mais graves e comitês secretos de investigação do assunto, compostos por militares e cientistas, que foram criados em vários países. Eles tinham dois propósitos: primeiramente, determinar a natureza dos objetos e, depois, examinar se constituíam alguma ameaça à segurança nacional dos países envolvidos. Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha tinham os estudos mais avançados na área. No caso alemão, Hitler era informado pessoalmente dos fatos mais graves registrados por seus comandos em toda a Europa.

Mas tanto os aliados quanto os alemães tiveram em inúmeras ocasiões a presença desses enigmáticos objetos sobre suas bases secretas. Com o início dos avistamentos, a primeira reação que cada lado da guerra teve foi imaginar que os UFOs seriam armas de espionagem de forças inimigas. Mas como os objetos não atacavam qualquer dos países envolvidos, a hipótese de que fossem inimigos passou aos poucos a dar lugar à outra: de que seriam armas secretas dos aliados, mas ainda não informadas ou conhecidas publicamente. A confusão durou os primeiros anos da guerra, até que sucessivas reuniões entre os comandantes militares resultassem na descoberta de que a ninguém pertenciam tais artefatos. De quem seriam, então?

Em 1943, os ingleses criaram um grupo especial para investigar UFOs, chefiado pelo tenente-general Warren Massey. Ele foi informado por espiões que os objetos não identificados não eram de origem alemã, e que os alemães achavam que fossem armas secretas dos aliados. Massey evidentemente sabia que tais artefatos não eram ingleses nem norte-americanos, e deduziu a gravidade do assunto.

Pouco depois, em 1944, a 8ª Esquadrilha Norte-Americana, baseada na Inglaterra, também criaria um grupo de estudos do assunto. Nesta ocasião, instruções amplamente disseminadas entre as tropas aliadas davam aos soldados instruções sobre como registrar e relatar avistamentos de UFOs. Não se assumia ainda, de maneira aberta, que seriam de procedência extraterrestre. Mas o crescente interesse que os governos desenvolveram quanto às observações e o aumento no grau de sigilo com que o assunto foi sendo tratado, deixou claro que algo de muito sério se passava.

Lembremos que ainda era a década de 40, que não tinham ainda sido registrados os casos de Kenneth Arnold ou mesmo de Roswell, que fizeram com o que o assunto passasse a uma alçada ainda mais complexa e confidencial. Durante a Segunda Grande Guerra os UFOs receberam o nome provisório de foo-fighters ou kraut balls, respectivamente lutadores tolos ou esferas germanas. O nome inglês foi adotado a partir de um personagem dos quadrinhos chamado Smokey Stoover, que dizia sempre que “where there is foo, there is fire” (Onde há tolos, há fogo). Quando os marinheiros e aviadores aliados começaram a ver estranhas bolas de fogo ou esferas prateadas, que podiam circular seus aviões e seguir seus navios no mar, passaram a chamá-los de foo-fighters, e o nome pegou.

Definitivamente, a Segunda Guerra Mundial foi aquela em que mais se registrou relatos desses UFOs. Mas embora tenham sido vistos durante todo o conflito, os registros se acumularam pesadamente a partir de 1944, ao mesmo tempo em que os aliados invadiram a França e os alemães começaram a disparar os mísseis V-1 contra Londres. Eram tratados como “inexplicáveis bolas metálicas, transparentes e brilhantes” pelos jornais.

E os relatos se intensificaram ainda mais em novembro daquele ano, não muito depois que a Alemanha passou a disparar também os modernos foguetes V-2 contra Londres e Paris. De alguma forma, pareceu haver uma escalada nas observações conforme se agravava o conflito. O mesmo fato se repetiu noutras guerras. Quanto maior a hostilidade e os recursos bélicos lançados em batalhas, maior é o número de registros de UFOs acompanhando o processo.

Os casos da Segunda Grande Guerra são inúmeros e não se restringiram à Europa, palco central de operações. Em setembro de 1941, no Oceano Índico, dois marinheiros a bordo do navio inglês S. S. Pulaski alertaram o resto da tripulação para o fato de que um estranho globo verde brilhante seguia a embarcação por uma longa hora. No dia 12 de agosto de 1942, em Tulagi, Ilhas Salomão, o sargento Stephen Brickner, da 1ª Brigada Paraquedista Norte-Americana relatou que as sirenes de sua base tocaram e ele pôde observar cerca de 150 objetos voando em linhas de 10 e 12, um atrás do outro. “Eles pareciam ser de metal polido e extremamente brilhante”, registrou no livro de ocorrência da base.

No final de 1943, o sargento Luis Kiss era o artilheiro da cauda do avião B-17 Phyllis Marie, em missão de bombardeio. Eles estavam sobre o centro da Alemanha quando se observou a aproximação de uma estranha esfera dourada do tamanho de uma bola de basquete. O objeto aproximou-se do B-17 e ficou sobre a asa direita do avião. Logo depois, ficou acima da cabine dos pilotos, para então baixar até a asa esquerda. Kiss chegou a pensar em atirar naquela coisa, quando ela ficou próxima aos motores do bombardeio, mas desistiu da ideia.

Muitos aviadores relataram que os objetos reagiam a seus pensamentos. Quando a ideia que lhes passava pela mente era de atirar em sua direção, quase que instantaneamente os foo-fighters se afastavam. O saudoso general brasileiro Alfredo Moacyr Uchoa, um de nossos maiores pioneiros e notáveis ufólogos, definiu estes objetos como sondas com capacidade de obter informações do estado psicológico dos pilotos durante suas missões.

Em 22 de dezembro de 1944, sobre Hagenau, Alemanha, o piloto e o operador de radar de um avião norte-americano encontraram duas enormes “…bolas laranjas que rapidamente desceram e ficaram ao lado de sua aeronave”, segundo descrição de um deles. Quando o piloto fez uma manobra evasiva, os objetos o seguiram. No final de 1945, o tenente-coronel Donald Meiers estava voando sobre o Vale do Reno, também na Alemanha, quando globos flamejantes apareceram repentinamente em direção ao seu avião. “Eu virei para a esquerda e as bolas de fogo vieram comigo. Fui para a direita e eles também. Estávamos a 420 km/h e as bolas o tempo todo ao nosso lado. Pensei que fossem armas alemãs”, disse o piloto. Manobras evasivas não surtiam muito efeito, visto que as sondas continuavam coladas aos aviões.

Em meio aos milhares de relatos e informes sobre foo-fighters, o jornal New York Herald Tribune, de 02 de janeiro de 1945, publicou em suas páginas uma matéria sobre o assunto que chamou a atenção dos norte-americanos que estavam distantes e alheios à guerra. “Agora parece que os nazistas estão usando algo novo nos céus alemães. São estranhas esferas chamadas foo-fighters, que perseguem nossos aviões. Pilotos têm observado essas armas há mais de um ano, mas aparentemente ninguém sabe o que são. As bolas de fogo aparecem de repente e acompanham os aviões por quilômetros”.

Era evidente e crescente a preocupação dos governos envolvidos no conflito, principalmente o norte-americano. Os avistamentos continuaram até 1945, quando UFOs começaram a ser vistos também noutras partes do mundo. Em 1952, o tenente-coronel W. W. Ottinger, da Divisão de Inteligência da Força Aérea Norte-Americana (USAF), declarou que uma avaliação dos relatos sobre os foo-fighters foi feita no final da Segunda Guerra Mundial. Tal estudo concluiu que não se tratava de algo que pudesse ameaçar a segurança nacional. Esta posição ambígua, sem assumir a preocupação que os EUA tinham quanto ao assunto nem definir qual era a origem dos objetos, incomodou a opinião pública. Para inquietá-la ainda mais, os jornais da Califórnia trouxeram à tona um fato acontecido em 1942, que até então era pouco associado com os objetos registrados na guerra.

Naquele ano, no dia 25 de fevereiro, às 02h25, num dos períodos mais críticos da guerra e apenas três meses após o ataque japonês a Pearl Harbor, as sirenes de alerta contra ataques aéreos soaram em alto e bom som em Los Angeles. Os radares norte-americanos tinham detectado a aproximação de uma aeronave a 200 km de distância da costa do Pacífico. Era uma esquadrilha de objetos não identificados, esféricos e brilhantes.

Segundo um relatório enviado ao então presidente Franklin Roosevelt no dia seguinte, foram feitos mais de 1.340 disparos de artilharia antiaérea contra os objetos. Holofotes nas ruas iluminaram a misteriosa formação enquanto era atingida pelas armas terrestres. Mas ela permanecia imóvel, alheia aos disparos. Do relatório a Roosevelt constava que “…nenhuma aeronave foi derrubada. Os objetos simplesmente desapareceram no ar”. Se isso não é perigo à segurança nacional norte-americana, o que seria então?

“A preocupação dos governos dos países aliados, e principalmente dos EUA, era evidente. Afinal, seus pilotos estavam sendo perseguidos por esferas prateadas que pareciam ser controladas por inteligências superiores. Seu país tinha sido invadido por uma esquadrilha que ficou sobre Los Angeles e não foi derrubada”, avaliou a situação o ufólogo e físico canadense Stanton Friedman, em e-mail para este autor. Até hoje o incidente de Los Angeles é solenemente ignorado pelas autoridades. É importante lembrar que, logo após a guerra, em 1947, teríamos o Caso Roswell e, com ele, a implantação de uma severa política de sigilo ao assunto UFO. (continua)